quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Futebol Baré - Competição para o segundo semestre, por que não?

O futebol amazonense passa por um momento delicado a anos, e se continuarmos neste ritmo, a tendência é mergulharmos no fundo do poço sem volta. Ainda há esperança, basta clubes e federação se unirem em prol do desenvolvimento local e começarem a arregaçar as mangas.

A rotina anual do futebol profissional é::

- 1º Semestre: Campeonato Amazonense de Futebol e Copa do Brasil.
- 2º Semestre: Campeonato Brasileiro Série D  e 2º Divisão do Campeonato Amazonense.

Os clubes tradicionais, em sua maioria, trabalham até meio do ano, após isso, não resta nada a fazer, a não ser encerrar e esperar o próximo ano. A chama do futebol baré sobrevive, até lá, da faísca na participação de representante(s) na Série D que se transforma no(s) clube(s) dos amazonenses, daqueles que se sentem órfãos, sem ter a quem torce.

Falta de estádios é um problema.

Parece óbvia a necessidade de um campeonato no 2º Semestre, e a pergunta fica, por que ainda não foi criado? Será realmente por falta de recursos e apoio financeiro, ou por ausência de iniciativa e competência para gerenciar de maneira correta tal competição?

Viver em um país continental dificulta as coisas.

Vejamos algumas conseqüências da não realização do evento para o futebol local:

- Perda de credibilidade por parte dos jogadores e torcida, já que não há nem estabilidade no trabalho (jogadores) e nem atrativos (torcida).
- Nível técnico baixo por parte de times sem entrosamento, sem elenco fixo e sem ritmo de jogo.
- Desvalorização da marca 'Futebol Amazonense' perante torcedores e potenciais patrocinadores, visto que, se não existe jogo, não há espetáculo para ir, e conseqüentemente, a não exposição empresarial.

Copa Norte

Diversas foram as competições organizadas no eixo Norte-Nordeste do Brasil, a Copa Norte foi a última, a nível interestadual, a envolver clubes nortistas. De 1959 a 1968 a Taça Brasil (Campeonato Brasileiro) dividia-se em grupos, dentre eles, Zona Norte, o título simbólico representava o campeão Norte-Nordeste.

1959 - Campeão - Sport/PE / Vice - Tuna Luso/PA
1960 - Campeão - Fortaleza/CE / Vice - Moto Clube/MA
1961 - Campeão - Fortaleza/CE / Vice - Remo/PA
1962 - Campeão - Sport/PE / Vice - Paysandu/PA
1963 - Campeão - Sport/PE / Vice - Paysandu/PA
1964 - Campeão - Náutico/PE / Vice - Paysandu/PA
1965 - Campeão - Náutico/PE / Vice - Remo/PA
1966 - Campeão - Fortaleza/CE / Vice - Paysandu/PA
1967 - Campeão - América/CE / Vice - Paysandu/PA
1968 - Campeão - Moto Clube/MA / Vice - Piauí/PI

Fast Clube foi campeão em 1970.

Em 1968 e 1969, o campeão da Copa Norte e da Copa Nordeste se enfrentavam para decidir a Copa Norte-Nordeste, já em 1970, os campeões e vice das duas competições se enfrentavam num quadrangular final.

1968 - Campeão - Remo/PA / Vice - Piauí/PI
1969 - Campeão - Remo/PA / Vice - Ferroviário/CE
1970 - Campeão - Fast/AM / Vice - Tuna Luso/PA

Em 1971, o Torneio do Norte fazia parte do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Na ocasião, o Remo/PA sagrou-se campeão com a Rodoviária/AM sendo vice.

Após um longo intervalo sem edições, em 1975 foi criado o Torneio de Integração da Amazônia, competição que durou até 1990.

1975 - Campeão - Macapá/AP / Vice - Ferroviário/RO
1976 - Campeão - Rio Branco/AC / Vice - Desconhecido
1977 - Campeão - Moto Clube/RO / Vice - Rio Branco/AC
1978 - Campeão - Moto Clube/RO / Vice - Rio Branco/AC
1979 - Campeão - Rio Branco/AC / Vice - Desconhecido
1980 - Campeão - Ferroviário/RO / Vice - Desconhecido
1981 - Campeão - Juventus/AC / Vice - Desconhecido
1982 - Campeão - Juventus/AC / Vice - Desconhecido
1983 - Campeão - Baré/RR / Vice - Independência/AC
1984 - Campeão - Rio Branco/AC / Vice - Desconhecido
1985 - Campeão - Baré/RR e Trem/AP (Título dividido)
1986 - Campeão - Trem/AP / Vice - Desconhecido
1987 - Campeão - Trem/AP / Vice - Desconhecido
1988 - Campeão - Trem/AP / Vice - Desconhecido
1989 - Campeão - Ferroviário/RO e Trem/AP (Título dividido)
1990 - Campeão - Trem/AP / Vice - Desconhecido

São Raimundo conquistou três vezes a Copa Norte.

Com o certame passando vários anos sem ser disputado, em 1997 a CBF passou a organizar a competição, os clubes entravam pelo critério de classificação dos estaduais. Os três primeiros anos davam ao campeão a vaga para a Copa Conmebol, nas edições seguintes à Copa dos Campeões.

1997 - Campeão - Rio Branco/AC / Vice - Remo/PA
1998 - Campeão - Sampaio Corrêa/MA / Vice - São Raimundo/AM
1999 - Campeão - São Raimundo/AM / Vice - Sampaio Corrêa/MA
2000 - Campeão - São Raimundo/AM / Vice - Maranhão/MA
2001 - Campeão - São Raimundo/AM / Vice/ Paysandu/PA
2002 - Campeão - Paysandu/PA / Vice - São Raimundo/AM

Em 2003, a CBF cancelou os torneios interestaduais devido ao calendário adaptado ao Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, a partir daquele ano seria disputado em pontos corridos durando quase o ano inteiro.

Coincidência ou não, a decadência nortista culminou com o fim dos certames interestaduais, consequência de uma região que nivela por baixo seu futebol que é posto a margem do restante do país. Cabe aos estados se unir para criarem uma nova Copa Norte nos moldes dos principais campeonatos mundiais.

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